sexta-feira, 21 de março de 2008

Globalização traz novos desafios aos executivos

Jornal Agência Estado
Quinta-feira, 20 março de 2008

ECONOMIA & NEGÓCIOS


De cada dez profissionais expatriados, três enfrentam problemas ou desistem de trabalhar em outros países.


Ana Paula Lacerda


Com a expansão das empresas brasileiras no exterior, a expatriação de executivos é cada vez mais comum. O caminho inverso também se intensificou: multinacionais enviam profissionais ao Brasil numa aposta no crescimento do mercado nacional. A expatriação ainda é um dos maiores desafios na carreira de um executivo, mas para a maioria a dificuldade não está nas novas funções.“São poucos os casos nos quais o executivo se depara com uma função além de suas capacidades”, diz a responsável pela área de assessoria em gestão da KPGM, Gisleine Camargo. “Em geral, a grande dificuldade está em se adaptar aos costumes locais dentro e fora do trabalho.” Ela afirma que, em geral, de cada 10 executivos expatriados, 3 passam por dificuldades no novo país ou até desistem. Uma das maneiras de evitar atritos com os subordinados é admitir a origem estrangeira. O executivo Zhengrong Liu é atualmente um dos chineses com cargo executivo mais alto na Europa: ele ocupa a vice-presidência mundial de RH da alemã Lanxess - fabricantes de produtos químicos e borracha sintética presente em 20 países. “A cultura organizacional das empresas é a mesma em todos os países, mas a cultura das pessoas não. Quando cheguei na Alemanha, disse a eles que era o novo chefe, mas por ser de fora iria errar e queria que eles me corrigissem quando achassem necessário.”Porém, Liu alerta que a atitude humilde não pode dar margem aos subordinados pensarem em incompetência. “Ao mesmo tempo, disse a eles que por vir de fora sabia como era a operação fora da matriz e expliquei minha boa relação com os executivos de várias filiais. Um líder tem de saber falar a seus colegas por que ele está ali.” Ser arrogante e se mostrar como “a pessoa que manda” apenas cria mais barreiras.O diretor-comercial da Sadia na Europa, Jean Karr, mora na Áustria e reforça a questão da transparência. “O executivo tem de estar aberto a novas opiniões e culturas, e deve fazer isso rápido. Uma adaptação ruim pode gerar mal-estar na equipe e arruinar projetos.” Ele diz que os estrangeiros podem aceitar que você tenha dificuldades com o idioma, por exemplo, mas não com a maneira de eles trabalharem. “Aqui na Áustria, por exemplo, eles são extremamente produtivos, mas a pausa para um descanso ou um café é essencial. Conversa-se sobre teatro e filmes, não trabalho.”Cyrille Verdier, diretor-executivo da francesa Accor Services no Brasil, diz que o estrangeiro também estranha inicialmente a maneira de se trabalhar do brasileiro. “As pessoas são próximas, vestem a camisa das empresas e levam muitas coisas para o lado pessoal. Isso pode ser estranho para quem vem de países mais frios”, exemplifica. “Alguns estrangeiros acham que a produtividade do brasileiro é menor, mas não é verdade. Você pode exigir muito, mas tem de apoiar as atividades, não só cobrar.”Filho de expatriado e com 12 anos de Brasil, Verdier diz que, com o apoio da família e disposição para aprender, qualquer executivo pode se adaptar ao Brasil. “É um país dos mais receptivos e otimistas.”Após a integração, Karr, da Sadia, sugere iniciar a formação de um sucessor. “Muitas empresas que estão se expandindo no exterior, como a Sadia, enviam executivos para liderar novos escritórios. Mas logo esses escritórios precisarão ter seus líderes locais, e nossa missão é preparar isso.”

ANTES DE FAZER AS MALAS.

Decisão pessoal e familiar: Gisleine Camargo, da KPMG, afirma que o executivo deve avaliar se está preparado para a mudança e se ela será benéfica para a carreira. Em seguida, verificar se a família aceita acompanhá-lo (ou que ele vá sozinho). “Esses dois pontos devem estar resolvidos antes de se aceitar qualquer proposta.”

Garantias e riscos: As funções no novo país devem estar bem claras, assim como garantias de que haverá espaço para discutir dificuldades lá fora. O executivo também deve questionar, em caso de expatriação temporária, qual papel desempenhará na volta, para não correr o risco de se ver sem função ao retornar.

Abertura para diferenças: Na maioria dos casos, brasileiros no exterior estranham a frieza das pessoas dentro e fora das empresas e o alto custo da alimentação - fora as diferenças culturais. Já os estrangeiros se preocupam mais com segurança, burocracia e a urbanização desorganizada de muitas cidades brasileiras.

REFLEXÃO CRÍTICA:
"Globalização traz novos desafios aos executivo." (Ana Paula Lacerda)Publicada no Jornal Agência Estado - página ECONOMIA & NEGÓCIOS no dia 20/03/2008.

Resumo: A matéria relata as dificuldades encontradas pelos executivos brasileiros quando assumem funções em outros paises e também as dificuldades encontradas pelos executivos de outros paises quando assumem funções em empresas no Brasil.As dificuldades são mais em função da adaptação aos costumes do outro país do que com relação a capacidade de desenvolver suas atividades.A autora dá alguns exemplos de executivos de sucesso e dicas de como não cometer erros na hora de tomar a decisão de assumir um cargo em outro país.No mundo globalizado os executivos devem estar preparados para estas mudanças.site=http://ultimosegundo.ig.com.

Análise crítica:A meu ver o posicionamento da autora com relação ao tema é elucidativo e busca uma explicação para o fato de que cada 10 executivos que partem para outro país, 03 passam por dificuldades de adaptação ou desistem.A relação da matéria com a Administração está em chamar a atenção para o fato de que as relações interpessoais (RH) no ambiente de trabalho e também fora dele, tem sido a principal causa da expatriação de executivos.
21 de Março de 2008 13:24



quarta-feira, 12 de março de 2008

Globalização


O que é GLOBALIZAÇÃO?

Chama-se globalização, ou mundialização, o crescimento da interdependência de todos os povos e países da superfície terrestre. Alguns falam em “aldeia global”, pois parece que o planeta está ficando menor e todos se conhecem(assistem a programas semelhantes na TV, ficam sabendo no mesmo dia o que ocorre no mundo inteiro).
Um exemplo: Você vê hoje uma indústria de automóveis que fabrica um mesmo modelo de carro em montadoras de 3 países diferentes e os vende em outros 5 países. As empresas não ficam mais restritas a um país, seja como vendedora ou produtora.

Um pouco de história:

Tendo uma visão apenas da Globalização econômica a História, vamos encontrá-la já muito antes do Império Romano. A Globalização aparece na constituição do Império Chinês; na civilização egípcia, que manteve o domínio de todo o continente africano; Na Grécia, que apesar das cidades-estado, que mesmo independentes viam uma globalização da economia. O que os Romanos fizeram foi jurisdicizar a Globalização da economia. Os gregos descobriram o direito. Mas é em Roma que o direito surge como instrumento de poder, pois só assim os romanos poderiam organizar e controlar o Estado. Além disso, com a expansão territorial, os romanos se vêem obrigados a construir uma rede de estrada, que possibilitou a comercialização e a comunicação entre os diversos povos.
Porque os portugueses se lançaram às grandes descobertas? Não só para se proteger dos mouros espanhóis, mas também para procurar novas rotas comerciais de globalização. Nesses séculos(XIV e XV), ocorreu um descompasso entre a capacidade de produção e consumo. O resultado disso era uma produtividade baixa e falta de alimento para abastecer os núcleos urbanos, enquanto a produção artesanal não tinha um mercado consumidor, a solução para esses problemas estava na exploração de novos mercados, capazes de fornecer alimentos e metais a ao mesmo tempo, aptos a consumir os produtos artesanais europeus.
Outro exemplo que temos, é do século XIX, chamado de Imperialismo ou neocolonialismo. Ocorreu quando a economia européia entrou em crise, pois as fábricas estavam produzindo cada vez mais mercadorias em menos tempo, assim, com uma superprodução, os preços e os juros despencaram. Na tentativa de superar a crise, países europeus, EUA e Japão buscaram mercados para escoar o excesso de produção e capitais. Cada economia industrializada queria mercados cativos, transformando o continente Africano e Asiático em centro fornecedor de matéria prima e consumidores de produtos industrializados, gerando com isso um alto grau de exploração e dependência econômica.
Podemos comparar essa dependência econômica e exploração com os dias de hoje, pois é difícil de acreditar na possibilidade de os países desenvolvidos serem generosos com os demais, os emergentes e subdesenvolvidos.
Já no final dos anos 70, os economistas começaram a difundir o conceito de globalização, usada para definir um cenário em que as relações de comércio entre os países fossem mais freqüentes e facilitadas. Depois, o termo passou a ser usado fora das discussões econômicas.
Assim, as barreiras comerciais entre os países, começaram a cair, com a diminuição (a eliminação) de impostos sobre importações, o fortalecimento de grupos internacionais (como o Mercosul ou a Comunidade Européia) e o incentivo do governo de cada país à instalação de empresas estrangeiras em seu território.